sábado, 28 de março de 2009

Espere um tempo...

Não apresse a chuva
Ela tem seu tempo de cair e saciar
A sede da terra...

Não apresse o pôr-do-sol
Ele tem seu tempo de anunciar o anoitecer
Até seu último raio de luz...

Não apresse a sua alegria
Ela tem seu tempo para aprender
Com a sua tristeza...

Não apresse o seu silêncio
Ele tem seu tempo de paz
Após o barulho cessar...

Não apresse o seu amor
Ele tem seu tempo de semear
Mesmo nos solos mais áridos do seu coração...

Não apresse a sua raiva
Ela tem seu tempo para diluir-se
Nas mansas águas da sua consciência...

Não apresse o outro
Ele tem seu tempo para florescer
Aos olhos do Criador...

Não apresse a si mesmo
Você precisa de tempo
Para sentir a sua própria evolução...

(Jardim Luz do Sol – março 2009)

Metamorfose ou ouro de tolo? Nelson Motta

Quem diria, o anárquico fanfarrão Raulzito virou lição de filosofia política na boca do presidente da República, que sempre tem opinião formada e categórica sobre tudo. Seria um grande desgosto para ele ouvir a sua libertária "Metamorfose ambulante" a serviço da CPMF e das mudanças de opinião de quem, na luta pelo poder, fez de tudo para passar de pedra a vidraça.Raul cantava a liberdade da dúvida e da contradição, da inteligência em movimento, em plena ditadura militar, quando a opinião só podia ser radical e estática: contra ou a favor. A ditadura proibia as opiniões contrárias; a oposição proibia mudar de opinião, sob a suspeita de estar servindo à direita ou para levar vantagem pessoal, como sempre.A esquerda nacionalista sempre desprezou o "americanizado" Raul Seixas: ele era incontrolável, individualista e anárquico, detestava partidos, igrejas, instituições, torcidas, escolas e blocos. E certezas. Mas driblava a censura e ridicularizava os sonhos de felicidade da classe média governista, no "milagre brasileiro" dos anos de chumbo, com "Ouro de tolo", aquela que diz: “eu devia estar contente /porque tenho um emprego, /sou um dito cidadão respeitável/...”.O baiano Raul, auto-intitulado "um magro abusado", desempenhou com grande coragem, independência e custo pessoal o papel de mosca na sopa dos que têm opinião formada sobre tudo, de esquerda, de direita e de centro, e debochava dos que pensam por slogans e palavras de ordem e mudam de opinião de acordo com os interesses de suas causas, chefes e bolsos.Quem diria que as palavras de Raul serviriam para legitimar algumas das coisas que ele mais abominava. Coitado, virou camiseta de Che Guevara. O magro abusado não merecia esse abuso.

Adoro essa crônica. Coisas do Brasil...

Escrito nas estrelas - Tetê Espíndola

Você pra mim foi o sol
De uma noite sem fim
Que acendeu o que sou
E renasceu tudo em mim
Agora eu sei muito bem
Que eu nasci só pra ser
Sua parceira, seu bem
E só morrer de prazer

Caso do acaso
Bem marcado em cartas de tarô
Meu amor, esse amor
De cartas claras sobre a mesa
É assim
Signo do destino
Que surpresa ele nos preparou
Meu amor, nosso amor
Estava escrito nas estrelas
Tava, sim

Você me deu atenção
E tomou conta de mim
Por isso minha intenção
É prosseguir sempre assim
Pois sem você, meu tesão
Não sei o que eu vou ser
Agora preste atenção
Quero casar com você